A Capela De la Piedra se encontra nas proximidades do rio Lurín, no distrito de Cieneguilla, ao leste de Lima.
A zona se caracteriza por um entorno natural de vegetação (no deserto), em contato com uma cadeia montanhosa dos Andes. A ideia principal foi projetar, dentro de um lote rural, uma capela privada de um casal para disfrutar em solidão.
O volume, longe da casa pré-existente se encontra isolado e induz a um longo passeio para chegar a ele.
O percurso contínuo, dentro da imensidão do traçado, convida à reflexão e à surpresa, estabelecendo uma transição dos valores do “Profano”, da vida cotidiana, ao “Sagrado”, onde a verticalidade é o meio para aproximar-se à divindade.
Sua geometria ortogonal permite diferenciar etapas ao longo da peregrinação. A primeira aproximação se leva a cabo em contato com a natureza, ao longo do rio, com uma vista ao vale.
Mais adiante, a água aparece como um elemento de purificação, o pátio oferece as pausas necessárias para a reflexão. A verticalidade do seu interior é uma tentativa de alcançar o divino. Não existe tipologia ou simbologia referencial, ou de caráter religioso, os materiais são mais bem austeros e elementares para viver a experiência.
O projeto se resolve como um objeto abstrato. Ao descobrir seu interior, uma cruz configura em perspectiva entre a vertical da porta aberta e a horizontal do banco exterior.
O altar tem dupla função: o interior para a meditação individual e o exterior para as cerimonias. Para a busca de uma proporção humana correta, um modulo (Modulor) se utiliza como ponto de partida. Como é o caso do espaço interior, com suas três alturas diferenciadas: a primeira (1,83) faz referencia aos homens, a segunda (2,26) a sua espiritualidade e a terceira (2,26) ao divino e inalcançável.
A presença da constelação resolve os problemas de ventilação natural da torre, manifestada desde o interior ao exterior durante o dia, e desde o exterior durante a noite.